SL Grupo de Pesquisa Lavoura Xerofila
 
   
   
   
   
   
   

 

 

 

Palma Forrageira

(Opuntia fícus indica e Nopalea cochenilifera)

Mauricio Luiz de Mello Vieira Leite
Eng. Agrônomo, M.Sc.
nopalea21@yahoo.com.br

As regiões áridas e semi-áridas representam 55% das terras do mundo, perfazendo 2/3 da superfície total de 150 países e abrangendo quase um bilhão de pessoas. O Semi-árido brasileiro ocupa cerca de 10% do território nacional e ao redor de 70% da área da região Nordeste, além do norte de Minas Gerais. A região é heterogênea, tendo como fatores marcantes o clima, o solo, a vegetação, bem como as características sócio-econômicas decorrentes, em grande parte, de fatores fisiográficos e antrópicos, segundo ARAÚJO FILHO (1992), o que representa uma grande vantagem para a diversidade dessa região.

Nos 95 milhões de hectares do Semi-árido do Nordeste, em função das condições ambientais, a pecuária, tem se constituído, ao longo do tempo, em uma das principais atividades econômicas e desempenha um papel importantíssimo no sistema agropecuário da região. Entretanto, um dos maiores entraves tecnológicos para o êxito desta atividade é a produção de forragens para os rebanhos, que apresenta como fator determinante à deficiência hídrica no solo, associado às altas temperaturas e forte evapotranspiração (LEITE, 2006). O uso de algumas espécies vegetais já adaptadas ao semi-árido, certamente minimiza a escassez de forragens na estação seca.

A palma se consolidou, no Semi-árido nordestino, como forrageira estratégica fundamental nos diversos sistemas de produção pecuário, no entanto, é uma planta de enorme potencial produtivo e de múltiplas utilidades, podendo ser usada na alimentação humana, na produção de medicamentos, cosméticos e corantes, na conservação e recuperação de solos, cercas vivas, paisagismo, além de uma infinidade de usos. É a planta mais explorada e distribuída nas zonas áridas e semi-áridas do mundo, contudo sua real dimensão produtiva ainda não foi plenamente conhecida no Nordeste.

A maior área de palma forrageira no Nordeste se concentra no agreste e sertão dos estados de Alagoas e Pernambuco. Segundo dados do IPA (2001), cultivos bem conduzidos de palma forrageira produzem uma biomassa superior a 150 toneladas de matéria verde/ha/ano (ou 15 toneladas de matéria seca/ha/ano), desde que se associem práticas agronômicas adequadas e variedades de elevado potencial produtivo.

Assim, objetiva-se apresentar uma visão geral das potencialidades e usos da palma forrageira e difundir alguns conhecimentos disponíveis sobre o cultivo desta cactácea.

Mais informações:

Usos e Potencialidades da Palma (PDF)